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Simpósio debate Biossegurança e Saúde do Trabalhador - 18/06/2019

 
 
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Simpósio debate Biossegurança e Saúde do Trabalhador - 18/06/2019
por PPT VPPCB - terça, 25 Jun 2019, 11:24
 



Fonte: COGEPE - Coordenação Geral de Gestão de Pessoas

A Fiocruz e a Universidade Federal Fluminense (UFF) promoveram, no dia 18 de junho (terça-feira), o I Simpósio Sensibilização em Ciência e Saúde do Trabalhador com objetivo de promover o debate, atualizar profissionais, integrar e sensibilizar a sociedade, prestadores de serviços, gestores e pesquisadores nas áreas da Ciência, Saúde e Educação, com ênfase na saúde do trabalhador. A mesa de abertura contou com a participação de Valcler Rangel, representando a presidência da Fiocruz, José Paulo Leite (IOC), Andréa da Luz (Cogepe), Sonia Gertner (CST/Cogepe) e, representando a UFF, Saulo Bourguignon e Walter Lilenbaum.
 
Sonia Gertner destacou que a ideia do simpósio surgiu da necessidade de se criar um espaço de reflexão sobre o tema da biossegurança associada à saúde do trabalhador. Ela comemorou o grande número de inscritos e exaltou a parceria estabelecida entre a Fiocruz e UFF na organização do evento. Andréa da Luz, coordenadora-geral de Gestão de Pessoas, falou da importância da biossegurança como um pilar da saúde do trabalhador. Para Andréa é necessário permanecer vigilante no sentido de melhorar as ações em torno do tema de forma permanente.
 
José Paulo Leite, diretor do IOC, lembrou da criação da primeira comissão de biossegurança na Fiocruz, no âmbito do IOC, e destacou que a saúde do trabalhador se incorpora ao tripé QBA (qualidade-biossegurança-ambiente). José Paulo abordou também a conjuntura política e lamentou o fato de 29 candidatos excedentes do cargo de pesquisador não terem suas nomeações autorizadas pelo governo federal.
 
Pela UFF, Saulo Bourguignon falou sobre o trabalho realizado na Universidade em prol da biossegurança, por meio de ações encabeçadas pelas Prós-reitorias de Extensão e de Pesquisa. Saulo destacou a complexidade do tema que envolve áreas como saúde do trabalhador e infraestrutura. Para ele, a parceria entre biossegurança e saúde do trabalhador caracteriza-se como uma união perfeita, visto que um setor não pode andar sem o outro. Walter Lilenbaum ressaltou o trabalho realizado pela UFF e, analisando o cenário político atual, defendeu o estreitamento das relações entre centros de pesquisa nacionais. Para Lilenbaum, a UFF está sempre disposta a desenvolver novas parcerias.
 
Para Valcler Rangel, este I Simpósio conseguiu dar centralidade ao debate em torno dos temas da biossegurança e da saúde do trabalhador. O chefe de gabinete da Presidência falou também sobre cobranças de órgãos de controle e da sociedade acerca da segurança dos laboratórios da Fiocruz e a necessidade de se prestar contas sobre o que está sendo realizado. Valcler finalizou sua fala convocando os trabalhadores e estudantes para, no período que antecede as comemorações dos 120 anos da Fiocruz, pensar a biossegurança como uma responsabilidade coletiva e exaltou a união de forças como forma de superar desafios que se apresentam para o campo da ciência no país.
 
Mesas geram reflexão e promovem diálogos entre os trabalhadores
 
Biossegurança é o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, visando à saúde do homem, dos animais, a preservação do meio ambiente e a qualidade dos resultados. Com o intuito de reforçar a importância desse tema, a primeira mesa redonda do dia foi sobre Educação em Biossegurança - Experiências Compartilhadas e teve como palestrantes Andressa Guimarães, gestora de Biossegurança de Bio-Manguinhos, Harrison Gomes, integrante da Comissão Interna de Biossegurança do (IOC/Fiocruz), Saulo Bourguignon, coordenador da Comissão e do Programa de Biossegurança da UFF, Lucas Pinho, gestor de Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança do Trabalho (QSMS) do Instituto de Biofísica da UFRJ e Flávio Rocha, pesquisador do IOC, como mediador.
 
Andressa abriu a mesa explicando como funciona o treinamento e a capacitação dos profissionais de Bio-Manguinhos em biossegurança, enfatizando que o programa é dividido em oito linhas, de acordo com a função do novo trabalhador. “Para o profissional iniciar suas atividades na unidade ele precisa estar capacitado em biossegurança, essa formação deve ajudá-lo a compreender a necessidade de proteção de materiais biológicos e o fundamento lógico de medidas de proteção biológica específicas, incluindo um estudo de normas nacionais pertinentes e de procedimentos específicos à instituição”, enfatizou. Harrison Gomes salientou a importância da comissão e do programa de capacitação em biossegurança no IOC. Dividindo a experiência da UFF sobre o assunto, Bourguignon explicou o funcionamento da biossegurança na Universidade, que iniciou em 2005 a partir de uma auditoria interna que chamou a atenção para o tema, desde então, foram criados projetos sobre gestão de resíduos. Saindo do campo das Instituições públicas, Lucas Pinho focou sua apresentação na experiência de grandes campanhas em cultura de segurança.
 
Biossegurança no ambiente de trabalho
 
O protagonismo do trabalhador frente a ações de melhorias de condições, prevenção e segurança no trabalho foi o elo comum entre as três falas realizadas na segunda mesa do dia, realizada na parte da tarde e intitulada Identificando e entendendo os riscos presentes no ambiente de trabalho. Pesquisador da Ensp, Luiz Carlos Fadel ministrou o tema Saúde do Trabalhador e percepção de riscos e enfatizou a necessidade estreitar laços entre Biossegurança e saúde do trabalhador. “Não dá para falarmos em Biossegurança sem envolver o trabalhador”, advertiu.
 
Na sequência a servidora da Coordenação de Saúde do Trabalhador (CST/Cogepe) Renata Mendes palestrou sobre a organização do trabalho em relação a aspectos ergonômicos e psicossociais. Em sua explanação, Renata ressaltou a importância de se discutir cuidados com a saúde no ambiente de trabalho, reservando espaços coletivos para esses debates. Ao finalizar sua fala, a ergonomista deixou uma reflexão para o debate levantando o seguinte questionamento: Como tocar no modo como o trabalho é gerido e organizado?
 
Fechando a mesa, o professor da EPSJV/Fiocruz Paulo Roberto palestrou sobre cuidados com os riscos biológicos e químicos no ambiente de trabalho. Ao refletir sobre os constantes avanços tecnológicos por quais o mundo passa, o convidado lembrou que os cuidados com prevenção e saúde também precisam ser continuamente aperfeiçoados. “Estamos no século XXI e ainda utilizamos normas do século XX. E cabe a nós mesmos da saúde do trabalhador essa atualização”, provocou. Paulo destacou ainda a importância de se investir em capacitação dos trabalhadores em relação à biossegurança. “Não adianta fornecer equipamento de proteção se o trabalhador não entender sua finalidade e uso correto”, finalizou.