Por: Flavia Rianelli e Vinícius Ameixa
(VPPLR)
Com a participação maciça dos
pesquisadores da Fundação que atuam na área da Nanotecnologia e tendo como
proposta principal a estruturação de uma rede envolvendo todos os grupos de
pesquisa com projetos nesta temática, bem como Plataformas Tecnológicas com
infraestrutura e tecnologia nano, foi realizado na última terça-feira (25/10/16), no auditório do Pavilhão Leônidas Deane
(IOC/Fiocruz) no campus de Manguinhos, Rio de Janeiro, a 1ª Reunião de
Estruturação do Programa de Pesquisa Translacional em Nanotecnologia, Fio-Nano.
Estavam presentes 52
membros
de 5 grupos de
pesquisa já cadastrados para participar da Rede, pertencentes a 9 Unidades da
Fiocruz.
Abrindo o encontro, o Vice-presidente
de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, destacou
o objetivo de restabelecer, repactuar e trabalhar o planejamento estratégico a
fim de que o Programa possa ter uma sistematização ao longo dos anos. Diante do
cenário orçamentário que passa a Fundação, destacou sua preocupação com o
cenário atual, apontando para a necessidade de atuação dos grupos de pesquisa
de forma integrada e estratégica. “Como missão temos que mostrar que é a
ciência e a tecnologia que fazem o desenvolvimento sustentável do nosso país”
finalizou Stabeli.
Assessor da Vice-Presidência de
Pesquisa e Laboratórios de Referência (VPPLR) e coordenador dos Programas de
Pesquisa Translacionais, Wim Degrave falou sobre estes Programas, esclarecendo
o foco nos agravos importantes para a Saúde Pública, com a participação de
grupos de pesquisa biomédica, clínica e saúde coletiva, e com suporte das
Plataformas Tecnológicas Fiocruz.
Ressaltou que, como missão para a área de nanotecnologia, o mapeamento
da capacidade institucional existente é fundamental, verificando a necessidade
de infraestrutura, insumos, serviços e soluções, e onde a nanotecnologia poderá
contribuir, tanto para a geração do conhecimento na saúde pública, quanto para
o desenvolvimento de produtos. Informou ainda que será lançado nas próximas
semanas, mais um edital de adesão de grupos de pesquisa registrados no CNPq ao
Programa, a fim de conseguir, até o final do ano, a captação do restante dos
grupos com atividades ou interesses na Fio-nano, concluindo assim o mapa
institucional.
Helvécio Vinicius Rocha, de
Farmanguinhos, abordou questões sobre a nanotecnologia na Fiocruz. Afirmou ser
uma área com bastante interfaces, por ser a área mais transversal, e com
diálogo intenso com a rede. Apresentou
as estratégias de curto prazo e os objetivos da Rede Fio-Nano, destacando a
geração de novos conhecimentos na área de saúde, o desenvolvimento tecnológico
e inovação, capacitando o país para competitividade em nível mundial, formação
de recursos humanos, capacitando gestores, pesquisadores e corpo técnico
envolvidos no cenário da nanotecnologia aplicada à saúde, e buscando interação
e sinergia entre laboratórios de pesquisa e o setor produtivo e os programas de
saúde do Brasil.
Finalizou expondo que “a Fiocruz já é
uma Instituição líder mundial na área da saúde em vários segmentos. Temos campo
para entrar na nanotecnologia, mas ainda temos muitos passos a percorrer”.
Em seguida, houve espaço para que os
pesquisadores da Fiocruz ligados à área da nanotecnologia apresentassem seus
projetos e atividades em andamento nos diversos grupos de pesquisa da
instituição.
“Na área de diagnóstico, é muito importante
colocar que o conceito da nanotecnologia está muito associado a dispositivos
que conjuguem nanopartículas e nanosensores com microfluídica. A ideia que se
tem nesse segmento é que num futuro muito próximo nós vamos ter dispositivos
miniaturizados que vão ser capazes de fazer quase todos os exames que hoje a
gente faz no laboratório de análises clínicas”. – Marco Krieger – ICC/FIOCRUZ
“Nós acreditamos que a obtenção de
produtos nanotecnológicos pode trazer benefícios para a sociedade, benefícios
esses que são produtos estratégicos com custo acessível, ampliação das ações de
saúde pública, ampliação do acesso a vacinas, biofármacos e diagnósticos e
capacitação tecnológica em C&T e inovação em saúde”. – Ana Paula Ano Bom -
Biomanguinhos/FIOCRUZ
O pesquisador Marco Aurélio Martins do
IOC/ Fiocruz abordou os estudos celulares, bioquímicos e moleculares do
processo inflamatório, mecanismos fisiopatológicos e perspectivas terapêuticas
nas respostas inflamatórias, local e sistêmica. Finalizou dizendo acreditar que
a Rede se desenvolverá, mas para isso, seria necessário um laboratório
multiusuário de nanoformulação.
À tarde, Bruno Dalllagiovanna do
Laboratório de Biologia Básica e Célula Tronco do ICC/ Fiocruz Paraná e
Leonardo Calderon – Fiocruz Rondônia expuseram suas experiências relacionadas
ao desenvolvimento e estudo de modelos para avaliação de fármacos, biofármacos,
vacinas, terapias celulares e estudos de controle de qualidade. Já a Isabela
Delgado do INCQS/ Fiocruz enfatizou o trabalho do INCQS para contribuir com
este tema, apresentando o desenvolvimento de tecnologias de produção, controle
de qualidade, avaliação pré-clínica e clínica.
Por fim, William Weissmann da ENSP/Fiocruz
falou sobre a toxicologia e saúde, avaliação de contaminantes, poluentes e
resíduos, e seus impactos sobre a saúde da população.
No encerramento, foi realizada a
discussão dos planos e das propostas levantadas pelos pesquisadores no
encontro, a fim de que fossem dados os direcionamentos necessários para a
estruturação da rede Fio-Nano.